Oh doce madrugada
Amarga e fria
Gelada como cerveja na
padaria
Guarda os mais longos
sonhos
Guarda-me na primazia
do outono que logo irá cair
Oh suave madrugada
Oposto da noite
apostada
Troféu de quem vence a
alvorada
Tu que és cristã, por
favor, me guarda.
Dos males e das pessoas
mal amadas
Oh sincera madrugada
Por muitos sois
detestada:
Por mim, por pouco, por
porcos.
És detestada por teu
curto período
És amada por os palitos
de fósforo caídos ao chão.
Oh pobre madrugada
De copos vazios e
garrafas quebradas
De cinzeiros e pontas
de cigarros queimadas
De bons sonhos e
pesadelos
Do elo, do selo, da
carta rasgada, me guarda.
Oh infinita madrugada
Tu que acaba ao canto
da galinha, inversa
Mas que no canto fica
guardada, prometida para outra estrada, outra estrela.
Não devote só a mim teu
cuidado, cuida dos outros.
Dos corpos que pensam
que dormem cheios, mas que acordam sempre vazios.
Williany Souza
"Não devote só a mim teu cuidado, cuida dos outros.
ResponderExcluirDos corpos que pensam que dormem cheios, mas que acordam sempre vazios." <3
Nossa, agora que vi seu comentário moça cheia de luz. Grata pela leitura! <3
Excluir