Páginas

sábado, 19 de janeiro de 2013

APELO PELA MADRUGADA À FORA


Oh doce madrugada
Amarga e fria
Gelada como cerveja na padaria
Guarda os mais longos sonhos
Guarda-me na primazia do outono que logo irá cair
                                                  
Oh suave madrugada
Oposto da noite apostada
Troféu de quem vence a alvorada
Tu que és cristã, por favor, me guarda.
Dos males e das pessoas mal amadas

Oh sincera madrugada
Por muitos sois detestada:
Por mim, por pouco, por porcos.
És detestada por teu curto período
És amada por os palitos de fósforo caídos ao chão.

Oh pobre madrugada
De copos vazios e garrafas quebradas
De cinzeiros e pontas de cigarros queimadas
De bons sonhos e pesadelos
Do elo, do selo, da carta rasgada, me guarda.

Oh infinita madrugada
Tu que acaba ao canto da galinha, inversa
Mas que no canto fica guardada, prometida para outra estrada, outra estrela.
Não devote só a mim teu cuidado, cuida dos outros.
Dos corpos que pensam que dormem cheios, mas que acordam sempre vazios.

Williany Souza

2 comentários:

  1. "Não devote só a mim teu cuidado, cuida dos outros.
    Dos corpos que pensam que dormem cheios, mas que acordam sempre vazios." <3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa, agora que vi seu comentário moça cheia de luz. Grata pela leitura! <3

      Excluir