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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

ENTRECHO DE MUNDO

Puseram o nome de mundo ao nascer
Nascera a tanto tempo que esquecera
Que tudo que tem seu nome era sua propriedade
Particular só conhecera mesmo a palavra
Insana que foi
Andava com o nariz apontado à lua
Girava na rua sem medo
Em transe
Bailarina m/torta
Trancava os carros em trânsito com sua beleza
Imunda
Indomável era seu instinto de muda
Justiça só via em filmes
Voava com os pássaros o tempo inteiro
Brincava entre morcegos
Também nadava
Atravessava rios e mares
E pairava nas noites que não tinha lua
Rachava os olhos ao alvorecer
Deslizava os dedos dos pés por entre os grãos de terra
Que ali escavava devagar
Sob devaneios mundo vivia
Sobrevoando a realidade crua
Que insistia em se apresentar
Como quem precisa de um visto
Mundo não se vestia de imortalidade
Não obstante, renascia dia-a-dia
ao fim de cada tempestade.
Williany Souza

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