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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

SONETO DESALINHADO

Entre o canto acanhado do silêncio
E a escancarada desavergonha do sorriso
Moro entre um espaço e outro
Não sou no inverno bicho


Velejo em poças nas ruas
De cidades e roças
Nas carroças pego carona
No outono: nas ondas de vento.


Sou o guizo desatento
Da aurora que rasga o relento
Dos meninos de Jorge amado, sou praia e verão.


Serei roupa discreta tal a fresta da privacidade muda
Sou muda de flor, espinho de rosa

Serei primavera amanhã e não agora.

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